Acabo de ver no TCM um dos grandes episódios da clássica Além da Imaginação (1959-1964). Trata-se de “Nightmare at 20,000 feet” (“Pesadelo a 20.000 pés de altitude”), 3º episódio da 5ª temporada, exibido originalmente em 11 de outubro de 1963. A história é a de um homem de 37 anos, Mr. Robert Wilson (interpretado por um William Shatner que ainda nem sonhava em encarnar o eterno Cap. Kirk, de Star Trek – 1966-1969), recém-saído de um sanatório onde se recuperara de um colapso nervoso, que toma um avião comercial com a sua esposa. Então, em pleno vôo que atravessa uma forte tempestade, Mr. Wilson começa a ver um “gremlin” (criatura da mitologia moderna, “responsável” pela sabotagem de aviões) a tentar mexer nos motores da hélice da asa esquerda da aeronave. O problema é que ninguém mais vê o que causa tamanha ansiedade em Mr. Wilson.
Sem se conseguir fazer acreditar, o protagonista mergulha em um novo “colapso nervoso” e tenta salvar o vôo por conta própria. Copio abaixo o prefácio e o posfácio do episódio, recitados – como é tradição – por Rod Serling, criador da série.
“Portrait of a frightened man: Mr. Robert Wilson, thirty-seven, husband, father, and salesman on sick leave. Mr. Wilson has just been discharged from a sanitarium where he spent the last six months recovering from a nervous breakdown, the onset of which took place on an evening not dissimilar to this one, on an airliner very much like the one in which Mr. Wilson is about to be flown home - the difference being that, on that evening half a year ago, Mr. Wilson's flight was terminated by the onslaught of his mental breakdown. Tonight, he's travelling all the way to his appointed destination, which, contrary to Mr. Wilson's plan, happens to be in the darkest corner of the Twilight Zone.”
(Retrato de um homem aterrorizado: Sr. Robert Wilson, trinta e sete, marido, pai, e vendedor em licença de saúde. O Sr. Wilson acaba de receber alta de um sanatório onde passara os últimos seis meses recuperando-se de um colapso nervoso, o qual tomara lugar numa noite não diferente desta, durante um vôo muito parecido com o que o Sr. Wilson está para tomar agora, indo para casa. A diferença é que, naquela noite há meio ano atrás, o vôo do Sr. Wilson foi interrompido pelo ataque do seu colapso mental. Hoje, ele está viajando todo o caminho rumo ao seu destino, o qual, contrariando os planos do Sr. Wilson, acontece de estar no canto mais escuro da Zona do Lusco-Fusco.)
“The flight of Mr. Robert Wilson has ended now, a flight not only from point A to point B, but also from the fear of recurring mental breakdown. Mr. Wilson has that fear no longer... though, for the moment, he is, as he has said, alone in this assurance. Happily, his conviction will not remain isolated too much longer, for happily, tangible manifestation is very often left as evidence of trespass, even from so intangible a quarter as the Twilight Zone.”
(O vôo do Sr. Robert Wilson terminou agora, um vôo que foi não só do ponto A até o ponto B, mas que também partiu do medo de recorrer em colapso mental. O Sr. Wilson não tem mais esse medo... apesar de, no momento presente, ele estar, como ele mesmo disse, sozinho em sua certeza. Felizmente, sua convicção não ficará isolada por muito tempo mais, pois felizmente, uma manifestação tangível é muito freqüentemente deixada como evidência de invasão, mesmo que seja a invasão de um terreno tão intangível quanto o da Zona do Lusco-Fusco.)
Ouvir o narrador recitar tais linhas, enquanto se vê a última cena do episódio, que termina com um plano muito expressivamente fotografado, revela a nós o como que “Twilight Zone” revolucionou as séries dramáticas da TV norte-americana, inspirando-se na arte do filme de cinema. O episódio em questão foi dirigido por Richard Donner (aquele mesmo de Super-Homem – 1978, e da série Máquina Mortífera) e escrito por Richard Matheson (autor do romance “I Am Legend”, filmado recentemente – mais uma vez – como Eu Sou A Lenda – 2007). O mesmo episódio ganhou um ótimo remake no longa – para o cinema – Twilight Zone: The Movie (1983), segmento 4, dirigido por George Miller (de Mad Max) e estrelado por John Lithgow. Os outros segmentos ficaram a cargo de Joe Dante, John Landis e Steven Spielberg.
Sem se conseguir fazer acreditar, o protagonista mergulha em um novo “colapso nervoso” e tenta salvar o vôo por conta própria. Copio abaixo o prefácio e o posfácio do episódio, recitados – como é tradição – por Rod Serling, criador da série.
“Portrait of a frightened man: Mr. Robert Wilson, thirty-seven, husband, father, and salesman on sick leave. Mr. Wilson has just been discharged from a sanitarium where he spent the last six months recovering from a nervous breakdown, the onset of which took place on an evening not dissimilar to this one, on an airliner very much like the one in which Mr. Wilson is about to be flown home - the difference being that, on that evening half a year ago, Mr. Wilson's flight was terminated by the onslaught of his mental breakdown. Tonight, he's travelling all the way to his appointed destination, which, contrary to Mr. Wilson's plan, happens to be in the darkest corner of the Twilight Zone.”
(Retrato de um homem aterrorizado: Sr. Robert Wilson, trinta e sete, marido, pai, e vendedor em licença de saúde. O Sr. Wilson acaba de receber alta de um sanatório onde passara os últimos seis meses recuperando-se de um colapso nervoso, o qual tomara lugar numa noite não diferente desta, durante um vôo muito parecido com o que o Sr. Wilson está para tomar agora, indo para casa. A diferença é que, naquela noite há meio ano atrás, o vôo do Sr. Wilson foi interrompido pelo ataque do seu colapso mental. Hoje, ele está viajando todo o caminho rumo ao seu destino, o qual, contrariando os planos do Sr. Wilson, acontece de estar no canto mais escuro da Zona do Lusco-Fusco.)
“The flight of Mr. Robert Wilson has ended now, a flight not only from point A to point B, but also from the fear of recurring mental breakdown. Mr. Wilson has that fear no longer... though, for the moment, he is, as he has said, alone in this assurance. Happily, his conviction will not remain isolated too much longer, for happily, tangible manifestation is very often left as evidence of trespass, even from so intangible a quarter as the Twilight Zone.”
(O vôo do Sr. Robert Wilson terminou agora, um vôo que foi não só do ponto A até o ponto B, mas que também partiu do medo de recorrer em colapso mental. O Sr. Wilson não tem mais esse medo... apesar de, no momento presente, ele estar, como ele mesmo disse, sozinho em sua certeza. Felizmente, sua convicção não ficará isolada por muito tempo mais, pois felizmente, uma manifestação tangível é muito freqüentemente deixada como evidência de invasão, mesmo que seja a invasão de um terreno tão intangível quanto o da Zona do Lusco-Fusco.)
Ouvir o narrador recitar tais linhas, enquanto se vê a última cena do episódio, que termina com um plano muito expressivamente fotografado, revela a nós o como que “Twilight Zone” revolucionou as séries dramáticas da TV norte-americana, inspirando-se na arte do filme de cinema. O episódio em questão foi dirigido por Richard Donner (aquele mesmo de Super-Homem – 1978, e da série Máquina Mortífera) e escrito por Richard Matheson (autor do romance “I Am Legend”, filmado recentemente – mais uma vez – como Eu Sou A Lenda – 2007). O mesmo episódio ganhou um ótimo remake no longa – para o cinema – Twilight Zone: The Movie (1983), segmento 4, dirigido por George Miller (de Mad Max) e estrelado por John Lithgow. Os outros segmentos ficaram a cargo de Joe Dante, John Landis e Steven Spielberg.
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