Zombie (Itália, 1979, dir.: Lucio Fulci) é o “neo-terrorismo” italiano. O filme começa com um pequeno barco à deriva, adentrando o canal que separa a ilha de Manhattan do continente. Este barco carrega um zumbi, numa cena que emula o clássico Nosferatu (Alemanha, 1922, de F. W. Murnau). Siegfried Kracauer, no clássico estudo “De Caligari a Hitler: Uma História Psicológica do Cinema Alemão”, já assinalou que o vampiro e os ratos que a embarcação traz são pré-configurações da chegada do nazismo (constatação que já virou um lugar-comum). O engraçado agora é pensar que, em Zombie, os planos que mostram o pequeno veleiro destacam ao fundo a imponente presença das torres gêmeas do World Trade Center (é compreensível que, no cinema do final dos anos 70, elas fossem uma imagem bastante atraente, tendo sido inauguradas em 1976).
Seria a ameaça zumbi uma alegoria profética para a ameaça terrorista? Assim como nos filmes de George A. Romero, aqui os zumbis se espalham como uma peste incontrolável e apocalíptica. É o grande medo americano da ameaça à segurança e integridade nacionais (tão duramente conquistadas em sua história): o caos, absoluto e irreversível caos. No final do filme, o indefectível “zombie walk” – a marcha de zumbis pela ponte (do Brooklin?) dirigindo-se à “Big Apple” – pode alegorizar também os movimentos de imigração, outro terror arquetípico da psique norte-americana. Apesar de tudo, a fita de Fulci não se concentra nas significações políticas. A história está mais para um daqueles jogos de vídeo-game categorizados no gênero survivor: pessoas isoladas tentando escapar a qualquer custo do famoso cerco zumbi (“zombie siege” – bela expressão).
As grandes particularidades deste filme podem estar no aspecto “gore” (explícito) da violência, mas uma violência classicamente caricata, uma coisa à lá Zé do Caixão. A maquiagem dos zumbis é de primeira. Particularmente interessante é o fato de eles, aqui, andarem de olhos fechados. A trilha sonora, o figurino, o penteado e o trabalho dos atores trazem aquela delícia brega dos anos 70, uma coisa à lá Garganta Profunda. A fotografia em profundidade de campo deixa alguns planos bem bacanas também, além de que algumas cenas são muito bem boladas: a luta entre um zumbi e um tubarão debaixo d’água é impagável. O resto são outros elementos que não podem faltar num “zombie movie”: uma shotgun calibre 12, por exemplo. Quer melhor arma para enfrentar as corjas de mortos-vivos? Se um dia os mortos caminharem sobre a terra para comer a carne dos vivos, a primeira coisa que eu procurarei será uma boa carabina...
Seria a ameaça zumbi uma alegoria profética para a ameaça terrorista? Assim como nos filmes de George A. Romero, aqui os zumbis se espalham como uma peste incontrolável e apocalíptica. É o grande medo americano da ameaça à segurança e integridade nacionais (tão duramente conquistadas em sua história): o caos, absoluto e irreversível caos. No final do filme, o indefectível “zombie walk” – a marcha de zumbis pela ponte (do Brooklin?) dirigindo-se à “Big Apple” – pode alegorizar também os movimentos de imigração, outro terror arquetípico da psique norte-americana. Apesar de tudo, a fita de Fulci não se concentra nas significações políticas. A história está mais para um daqueles jogos de vídeo-game categorizados no gênero survivor: pessoas isoladas tentando escapar a qualquer custo do famoso cerco zumbi (“zombie siege” – bela expressão).
As grandes particularidades deste filme podem estar no aspecto “gore” (explícito) da violência, mas uma violência classicamente caricata, uma coisa à lá Zé do Caixão. A maquiagem dos zumbis é de primeira. Particularmente interessante é o fato de eles, aqui, andarem de olhos fechados. A trilha sonora, o figurino, o penteado e o trabalho dos atores trazem aquela delícia brega dos anos 70, uma coisa à lá Garganta Profunda. A fotografia em profundidade de campo deixa alguns planos bem bacanas também, além de que algumas cenas são muito bem boladas: a luta entre um zumbi e um tubarão debaixo d’água é impagável. O resto são outros elementos que não podem faltar num “zombie movie”: uma shotgun calibre 12, por exemplo. Quer melhor arma para enfrentar as corjas de mortos-vivos? Se um dia os mortos caminharem sobre a terra para comer a carne dos vivos, a primeira coisa que eu procurarei será uma boa carabina...
2 comentários:
Ainda nao vi esse filme. meu irmão viu e me disse q é legal. Mas ainda nao animei.
quem sabe eu nao veja esse final de semana.
abraços
Esse filme é maravilhoso! Um dos melhores filmes de zumbis de todos os tempos!
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