Cidade de Plástico é um filme bobo. É daqueles que querem dizer tanta coisa, mas tanta coisa, que acabam não dizendo nada. Parece que o tanto de gente que deve ter posto a mão nesse filme não conseguiu se entender: os trocentos mil produtores, co-produtores, produtores executivos e produtores associados, o diretor, os dois roteiristas, etc. Resultado: um apanhado e emaranhado cansativo de belas imagens sem qualquer organização numa história orgânica. Que se compreenda bem: o filme tem um enredo e este é relativamente compreensível; mas não convence. Cidade de Plástico não tem vida, não respira por conta própria, é tudo muito falso ali.
O que sobra são as firulas estetizantes da fotografia e da montagem, mesmo que estas não venham de lugar algum e levem para nenhum lugar. A mise en scène cambaleia muito mal entre mil e um estilos – e conflitantes estilos. O que mais se destaca – e mal se encaixa – são as cores e as luzes de um Wong Kar Wai, misturadas ao fantástico cartunesco de Kill Bill e ao ultrarrealismo de Cidade de Deus. Mas o pior é o som – o que já era de se esperar, em se tratando de filme brasileiro (ou meio-brasileiro): os dois atores chineses do elenco (protagonistas da história) aparecem tão mal dublados que dá vontade de dar risada. As falas deles lembram o Tela Class, da MTV, em que a turma do Hermes e Renato fazem dublagens satíricas de filems obscuros.
E o que é a participação ridícula do ótimo Milheim Cortaz? Se não é para colocar algo bem colocado em um filme, que não se coloque nada. Será que é difícil aprender isso? Como acontece com toda má narração, o discurso do autor aqui fala mais alto do que a narrativa dos acontecimentos. Percebemos o que o diretor e roteiristas quiseram nos comunicar através das mãos pesadas deles que esbofeteiam cada cena do filme. Mas nada do que aparece parece acontecer por conta própria – que é o que seria de se esperar de uma intriga minimamente realista. No final das contas, os paulistanos contentar-se-ão com a presença de sua cidade no cinema – coisa menos comum do que gostaríamos que fosse.
O que sobra são as firulas estetizantes da fotografia e da montagem, mesmo que estas não venham de lugar algum e levem para nenhum lugar. A mise en scène cambaleia muito mal entre mil e um estilos – e conflitantes estilos. O que mais se destaca – e mal se encaixa – são as cores e as luzes de um Wong Kar Wai, misturadas ao fantástico cartunesco de Kill Bill e ao ultrarrealismo de Cidade de Deus. Mas o pior é o som – o que já era de se esperar, em se tratando de filme brasileiro (ou meio-brasileiro): os dois atores chineses do elenco (protagonistas da história) aparecem tão mal dublados que dá vontade de dar risada. As falas deles lembram o Tela Class, da MTV, em que a turma do Hermes e Renato fazem dublagens satíricas de filems obscuros.
E o que é a participação ridícula do ótimo Milheim Cortaz? Se não é para colocar algo bem colocado em um filme, que não se coloque nada. Será que é difícil aprender isso? Como acontece com toda má narração, o discurso do autor aqui fala mais alto do que a narrativa dos acontecimentos. Percebemos o que o diretor e roteiristas quiseram nos comunicar através das mãos pesadas deles que esbofeteiam cada cena do filme. Mas nada do que aparece parece acontecer por conta própria – que é o que seria de se esperar de uma intriga minimamente realista. No final das contas, os paulistanos contentar-se-ão com a presença de sua cidade no cinema – coisa menos comum do que gostaríamos que fosse.
3 comentários:
Tinha ficado curioso ao ler sobre o filme pela primeira vez, mas agora fiquei só assustado.
Veja sem medo! É bom para aprender algumas coisas...
Cidade Plástico. Uma pena. Porque cabe São Paulo na metáfora. O filme é o produto da inteligencia uspiana do Fernando Bonassi com a abundancia da grana dos produtos, aqueles irmãos lá, Gugliani?
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