Filme exibido na 32ª Mostra de Cinema de São Paulo.
Assistir a um clássico da era muda, na tela grande e com a trilha sonora executada ao vivo, é uma experiência indispensável. Domingo retrasado (dia 26), ocorreu a exibição especial de O Homem Que Ri (“The Man Who Laughs”, EUA, 1928, dir.: Paul Leni) com acompanhamento musical ao vivo pelo grupo Octour de France. A música, de temas envolventes, contribui bastante para o clima romanesco da história, que conta a vida de Gwynplaine, palhaço com um desesperador sorriso permanente, marcado para sempre na sua face através de cirurgia plástica, pelos ciganos que o adotaram quando criança e mais tarde abandonaram (Gwynplaine é o filho perdido de um Lorde perseguido pelo rei).
Já na fase adulta, o clown se encontra feliz como artista mambembe e namorado de uma moça cega (Dea), também da carreira circense. Então, sua verdadeira identidade nobre é descoberta por cortesãos não muito caridosos, que tentarão usar o pobre Gwynplaine como arma no delicado jogo de poder da aristocracia. Conseguirá o homem que ri escapar desta? O roteiro tem a ingenuidade dos romances de aventuras do Antigo Regime, mas a moral e a temática social veiculadas parecerão interessantes a quem gostar dos filmes de Tim Burton, por exemplo – trata-se das velhas questões do paria, do “gauche”, do bizarro na chave romântica (a identidade peculiar do diferente puro, por isso, melhor do que o normal corrupto).
O Homem Que Ri talvez seja uma espécie de “fantasma da ópera” picaresco. O talento de Conrad Veidt (de O Gabinete do Dr. Caligari e de Casablanca) como Gwynplaine é arrebatador. É o tipo do ator que não apenas interpreta um papel; ele lança um mito, todo um novo conceito. Não é à toa que o arquetípico Coringa, criado pelas mentes demiúrgicas das histórias do Batman (Bill Finger, Bob Kane e Jerry Robinson), deve muito, mas muito a Gwynplaine, o homem sorridente. Ah, o caráter romântico / “burtoniano” deste filme não é mesmo à toa: “O Homem Que Ri” é um romance de Vitor Hugo (grande expoente do Romantismo francês, autor de Os Miseráveis), raríssimo de ser encontrado em português.
Assistir a um clássico da era muda, na tela grande e com a trilha sonora executada ao vivo, é uma experiência indispensável. Domingo retrasado (dia 26), ocorreu a exibição especial de O Homem Que Ri (“The Man Who Laughs”, EUA, 1928, dir.: Paul Leni) com acompanhamento musical ao vivo pelo grupo Octour de France. A música, de temas envolventes, contribui bastante para o clima romanesco da história, que conta a vida de Gwynplaine, palhaço com um desesperador sorriso permanente, marcado para sempre na sua face através de cirurgia plástica, pelos ciganos que o adotaram quando criança e mais tarde abandonaram (Gwynplaine é o filho perdido de um Lorde perseguido pelo rei).
Já na fase adulta, o clown se encontra feliz como artista mambembe e namorado de uma moça cega (Dea), também da carreira circense. Então, sua verdadeira identidade nobre é descoberta por cortesãos não muito caridosos, que tentarão usar o pobre Gwynplaine como arma no delicado jogo de poder da aristocracia. Conseguirá o homem que ri escapar desta? O roteiro tem a ingenuidade dos romances de aventuras do Antigo Regime, mas a moral e a temática social veiculadas parecerão interessantes a quem gostar dos filmes de Tim Burton, por exemplo – trata-se das velhas questões do paria, do “gauche”, do bizarro na chave romântica (a identidade peculiar do diferente puro, por isso, melhor do que o normal corrupto).
O Homem Que Ri talvez seja uma espécie de “fantasma da ópera” picaresco. O talento de Conrad Veidt (de O Gabinete do Dr. Caligari e de Casablanca) como Gwynplaine é arrebatador. É o tipo do ator que não apenas interpreta um papel; ele lança um mito, todo um novo conceito. Não é à toa que o arquetípico Coringa, criado pelas mentes demiúrgicas das histórias do Batman (Bill Finger, Bob Kane e Jerry Robinson), deve muito, mas muito a Gwynplaine, o homem sorridente. Ah, o caráter romântico / “burtoniano” deste filme não é mesmo à toa: “O Homem Que Ri” é um romance de Vitor Hugo (grande expoente do Romantismo francês, autor de Os Miseráveis), raríssimo de ser encontrado em português.
Interessantíssimo
ResponderExcluir"Assistir a um clássico da era muda, na tela grande e com a trilha sonora executada ao vivo, é uma experiência indispensável. "
ResponderExcluirReally?! Nossa, deve ser mesmo. Já vi alguns filmes mudos e acho tudo muito mais determinado por quem o produz e com músicas ao vivo, deve ser demais!
Abraços!'
Taí algo para se ver hoje!
ResponderExcluirVo procurar na net!
: :
ResponderExcluirOlá. Também sou fã de Batman e cinema expressionista.
Recentemente, comentei em meu b'log (extensamente) sobre relações entre estes dois, o filme "Dália Negra" e o Coringa de "Batman Dark Knight".
Link abaixo.
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