Num país em que é tão parca a quantidade das salas de cinema e a variedade das fitas que elas exibem, acho que é demais reclamar da precariedade da bibliografia sobre a Sétima Arte, não? Mesmo assim, eu já reclamei aqui do descaso que o mercado editorial tem em relação a certos livros fundamentais. Agora, é a vez de reclamar do triste estado das bancas de jornais... Simplesmente não há (pelo que já pude ver), neste país, uma única revista de cinema que junte duas características essenciais: 1. que seja (pelo menos majoritariamente) direcionada ao público que vê cinema, isto é, à recepção e apreciação de cinema (o que já nos faz descartar a Revista de Cinema, com muito conteúdo voltado para a produção de filmes); 2. que possua volume, qualidade e distribuição que vão além do minimamente restrito e limitado; algo como (guardadas as devidas proporções, é lógico) a clássica revista francesa Cahiers du Cinéma. Não dá para ficar (só) com a Revista Set, não é? Convenhamos...
A Revista Set (a mais bem distribuída) é muito gossip; é a Revista Contigo dos meios cinematográficos. A Revista Paisá tem qualidade, mas não tem volume (são poucas páginas) e eu só consigo encontrá-la em algumas bancas das regiões culturalmente mais nobres da cidade de São Paulo (Av. Paulista, etc, ou seja, a distribuição é muito restrita). E é isso, só isso... De resto, o que se escreve sobre Cinema (principalmente críticas de filmes) em revistas de interesse mais geral e em jornais é muito pouco, e muitas vezes de pobre qualidade. Mas, graças a Deus, existe a Internet. Antes de mais nada, quero declarar que não gosto de ler coisa alguma em uma tela de computador. É extremamente desconfortável e cansativo. Acredito que o valor da Internet é o da consulta rápida, um guia de referências. Entretanto, todos nós sabemos que a rede, principalmente os blogues, são o meio de longe o mais acessível, versátil e de grande amplidão para que se faça justiça com as próprias mãos.
Ou seja, se o Brasil é paupérrimo em periódicos impressos sobre cinema, vamos todos para a Internet, escrever e ler tudo o que desejaríamos encontrar nas bancas de jornais. A Internet é a Canaã da ideologia punk do “faça você mesmo”, sem depender do “sistema”. Por isso, eu afirmo com a maior certeza do mundo: no Brasil de hoje, as melhores reflexões sobre a Sétima Arte estão na rede mundial de computadores. As melhores reflexões, seja em natureza (comentários, críticas, pesquisas, notícias, etc), seja em qualidade (embora também haja muita coisa medíocre ou mesmo ruim, naturalmente), seja em quantidade (haja tempo para pesquisar e ler tudo o que há). No meio de tudo, há sites e blogues de cinema que são verdadeiros modelos, poderiam rivalizar com as grandes revistas estrangeiras. Imagine se a coisa fosse impressa e bem distribuída... É impossível eu citar e comentar, no espaço de uma única postagem, tudo o que eu já vi de bom na rede. Por isso, apresento agora só alguns poucos exemplos, os mais essenciais, os de qualidade mais inquestionável, aqueles que renovam a todo o momento a minha paixão pela Sétima Arte e a minha esperança na reflexão e discussão de Cinema neste país (ainda que somente on-line):
Revista Cinética:
http://www.revistacinetica.com.br/
Críticas e matérias altamente especializadas, dando atenção considerável para a análise dos elementos formais de um filme (a sua linguagem).
Filmes Polvo:
http://www.filmespolvo.com.br/site/
Revista deliciosamente acadêmica. Tem um layout muito criativo, bonito e prático. É dividida em várias seções, cada uma assinada por um colunista, que discutem os aspectos dos mais variados em relação à Sétima Arte. Em poucos lugares eu encontrei tantas reflexões, e tão abrangentes (envolvendo cinema com: filosofia, literatura, artes plásticas, música, etc). Altamente recomendável.
Contracampo:
http://www.contracampo.com.br/
Ótimas críticas de filmes, volumosas como as da Revista Cinética. É triste ver os parcos parágrafos que os jornais impressos de hoje dedicam à suposta crítica de cinema, ainda mais se nos lembrarmos dos textos clássicos do passado, como os de Paulo Emílio Salles Gomes no extinto (não é de se surpreender) Suplemento Literário do Estado de S. Paulo. Pena que a Contracampo não é atualizada com muita freqüência.
Zeta Filmes:
http://www.zetafilmes.com.br/
Críticas volumosas e apaixonadas (com surpreendentes insights). Já foi elogiado por Jorge Coli na Folha de S. Paulo.
Setaro’s Blog:
http://setarosblog.blogspot.com/
Assinado pelo jornalista e professor André Setaro. Contém muitas postagens que são verdadeiras aulas sobre a Sétima Arte.
Reduto do Comodoro:
http://redutodocomodoro.zip.net/
O famoso blogue do cineasta Carlos Reichenbach. Um de seus links contém o maior inventário de sites e blogues brasileiros de cinema da Web, todos pesquisados e visitados pelo autor:
http://www.olhoslivres.com/links.htm
Por enquanto é isso aí. Boa leitura. E viva o Cinema! E viva a World Wide Web!
A Revista Set (a mais bem distribuída) é muito gossip; é a Revista Contigo dos meios cinematográficos. A Revista Paisá tem qualidade, mas não tem volume (são poucas páginas) e eu só consigo encontrá-la em algumas bancas das regiões culturalmente mais nobres da cidade de São Paulo (Av. Paulista, etc, ou seja, a distribuição é muito restrita). E é isso, só isso... De resto, o que se escreve sobre Cinema (principalmente críticas de filmes) em revistas de interesse mais geral e em jornais é muito pouco, e muitas vezes de pobre qualidade. Mas, graças a Deus, existe a Internet. Antes de mais nada, quero declarar que não gosto de ler coisa alguma em uma tela de computador. É extremamente desconfortável e cansativo. Acredito que o valor da Internet é o da consulta rápida, um guia de referências. Entretanto, todos nós sabemos que a rede, principalmente os blogues, são o meio de longe o mais acessível, versátil e de grande amplidão para que se faça justiça com as próprias mãos.
Ou seja, se o Brasil é paupérrimo em periódicos impressos sobre cinema, vamos todos para a Internet, escrever e ler tudo o que desejaríamos encontrar nas bancas de jornais. A Internet é a Canaã da ideologia punk do “faça você mesmo”, sem depender do “sistema”. Por isso, eu afirmo com a maior certeza do mundo: no Brasil de hoje, as melhores reflexões sobre a Sétima Arte estão na rede mundial de computadores. As melhores reflexões, seja em natureza (comentários, críticas, pesquisas, notícias, etc), seja em qualidade (embora também haja muita coisa medíocre ou mesmo ruim, naturalmente), seja em quantidade (haja tempo para pesquisar e ler tudo o que há). No meio de tudo, há sites e blogues de cinema que são verdadeiros modelos, poderiam rivalizar com as grandes revistas estrangeiras. Imagine se a coisa fosse impressa e bem distribuída... É impossível eu citar e comentar, no espaço de uma única postagem, tudo o que eu já vi de bom na rede. Por isso, apresento agora só alguns poucos exemplos, os mais essenciais, os de qualidade mais inquestionável, aqueles que renovam a todo o momento a minha paixão pela Sétima Arte e a minha esperança na reflexão e discussão de Cinema neste país (ainda que somente on-line):
Revista Cinética:
http://www.revistacinetica.com.br/
Críticas e matérias altamente especializadas, dando atenção considerável para a análise dos elementos formais de um filme (a sua linguagem).
Filmes Polvo:
http://www.filmespolvo.com.br/site/
Revista deliciosamente acadêmica. Tem um layout muito criativo, bonito e prático. É dividida em várias seções, cada uma assinada por um colunista, que discutem os aspectos dos mais variados em relação à Sétima Arte. Em poucos lugares eu encontrei tantas reflexões, e tão abrangentes (envolvendo cinema com: filosofia, literatura, artes plásticas, música, etc). Altamente recomendável.
Contracampo:
http://www.contracampo.com.br/
Ótimas críticas de filmes, volumosas como as da Revista Cinética. É triste ver os parcos parágrafos que os jornais impressos de hoje dedicam à suposta crítica de cinema, ainda mais se nos lembrarmos dos textos clássicos do passado, como os de Paulo Emílio Salles Gomes no extinto (não é de se surpreender) Suplemento Literário do Estado de S. Paulo. Pena que a Contracampo não é atualizada com muita freqüência.
Zeta Filmes:
http://www.zetafilmes.com.br/
Críticas volumosas e apaixonadas (com surpreendentes insights). Já foi elogiado por Jorge Coli na Folha de S. Paulo.
Setaro’s Blog:
http://setarosblog.blogspot.com/
Assinado pelo jornalista e professor André Setaro. Contém muitas postagens que são verdadeiras aulas sobre a Sétima Arte.
Reduto do Comodoro:
http://redutodocomodoro.zip.net/
O famoso blogue do cineasta Carlos Reichenbach. Um de seus links contém o maior inventário de sites e blogues brasileiros de cinema da Web, todos pesquisados e visitados pelo autor:
http://www.olhoslivres.com/links.htm
Por enquanto é isso aí. Boa leitura. E viva o Cinema! E viva a World Wide Web!
Nâo há como discordar quando vc fala sobre a qtidade de informação a cerca do cinema na internet em relação aos veículos escritos. Mas uma coisa gostaria de polemizar: exatamente pq vc compara a SET com a Contigo?
ResponderExcluirHahaha... A comparação foi mais para polemizar mesmo... Mas acho que a Revista Set é muito apegada ao "star system" (o culto das celebridades), ao "hype" em cima de lançamentos de filmes, a informações do tipo "trivia" (curiosidades), e a notícias e matérias que não mergulham muito a fundo na reflexão sobre o fenômeno cinematográfico... digamos assim: a Set é muito "comercial"... Já foi bem melhor no passado, pelo que ouvi dizer; mas hoje é meio superficial (ou básica demais, introdutória demais, para não usar termos pejorativos). O que eu queria ver no Brasil era uma revista mensal especializada em cinema mais culta (e com um bom número de páginas, e boa distribuição), como a Revista Bravo (que não envolve só cinema, mas todas as outras artes...) É claro que revistas mais populares como a Set (ou até a Contigo) também são importantes, mas não podemos ficar só com elas, é preciso opções...
ResponderExcluirPra falar a verdade, não gosto muito de ler sobre cinema, há muitos bla bla blas e pra mim cinema significa experiencia de vida... gosto do Reduto Comodoro pq ele é bem objetivo e não fica com bla bla blas. Abraço.
ResponderExcluirComo leitor de SET (dá pra não me zoar? hehe) é bem verdade que ela é uma revista bem comercial, mas há de concordar comigo que no seu seguimento (filmes de grande mídia) ela é a única de se respeitar, certo?
ResponderExcluirabraço
Concordo plenamente com você, Vinícius. A Revista Set, no seu segmento (que é muito importante), tem uma muito grande qualidade. Mas a idéia que eu defendo é a da diversidade: acho ruim o mercado ser dominado pela Set, assim como também seri péssimo (pior ainda) se fosse dominado por uma Cahiers du Cinema da vida... diversidade cultural e possibilidades de escolha são as coisas mais importantes do mundo! É o que realmente dá maturidade e desenvolvimento cultural a um país... Abraços!
ResponderExcluirTaí! Chegamos num denominador comum!
ResponderExcluirabraço!