Convenhamos que o título brasileiro deste filme não é dos mais animadores. Mas, antes que se desconfie que “Hereafter” é mais um produto da lucrativa marca “espírita”, a qual não costuma fazer mais do que ostentar em vitrines metafísicas algumas fantasias bastante materialistas (quando não consumistas), lembremos que se trata de um filme de Clint Eastwood.
Ou seja, o diretor de Gran Torino (2008) e Menina de Ouro (2004) não está interessado em dramas-fetiche obsedados com o que há no “além”... Desse modo, o seu filme é tão espírita quanto poderia ser protestante, mórmon ou satanista. O grande cineasta saberá extrair de qualquer “tema” as questões humanas que são, no fundo, as únicas que lhe interessam.
É isso o que vemos na história de George Lonegan (Matt Damon), um vidente amaldiçoado não tanto pelo seu poder, mas pelo que as pessoas esperam que ele faça com o “dom” de se comunicar com os espíritos. Com tanta mesquinharia neste mundo (principalmente da parte do seu irmão, típico “empreendedor” com sanha de capitalizar em cima dos vivos e dos mortos), Lonegan torna-se uma espécie de messias indeciso.
Mas sua vida mudará ao conhecer um garoto britânico e, principalmente, uma jornalista francesa – ambos tocados pela morte de diferentes maneiras (conforme diz a propaganda do filme). Além da Vida vai se revelando gradativamente como um belo conto de párias, vagando como fantasmas por um mundo em que é a própria vida (em sua plenitude) que parece lhes ser interdita.
A culpa, o remorso, o desejo de amar e a necessidade de ser amado, a busca pela auto-compreensão, pela redenção. O “espiritismo” de Clint Eastwood não faz com que essas questões todas sejam resolvidas milagrosamente com a facilitadora ajuda dos mortos (como muito se vende – e se compra – descaradamente por aí). O “além” não oferece solução mágica para nada.
A fala dos espíritos é sempre problematizadora, mesmo quando suas palavras e seu tom são tranquilizadores. Os mortos não fazem mais do que despertar os vivos para um caminho que, bem ou mal, deverão trilhar. Não há “cheats” para esse jogo. Os mortos colocam os vivos no caminho uns dos outros, pois é somente desse encontro que poderão surgir respostas, que poderá surgir a paz, que poderá surgir o amor.
Ou seja, o diretor de Gran Torino (2008) e Menina de Ouro (2004) não está interessado em dramas-fetiche obsedados com o que há no “além”... Desse modo, o seu filme é tão espírita quanto poderia ser protestante, mórmon ou satanista. O grande cineasta saberá extrair de qualquer “tema” as questões humanas que são, no fundo, as únicas que lhe interessam.
É isso o que vemos na história de George Lonegan (Matt Damon), um vidente amaldiçoado não tanto pelo seu poder, mas pelo que as pessoas esperam que ele faça com o “dom” de se comunicar com os espíritos. Com tanta mesquinharia neste mundo (principalmente da parte do seu irmão, típico “empreendedor” com sanha de capitalizar em cima dos vivos e dos mortos), Lonegan torna-se uma espécie de messias indeciso.
Mas sua vida mudará ao conhecer um garoto britânico e, principalmente, uma jornalista francesa – ambos tocados pela morte de diferentes maneiras (conforme diz a propaganda do filme). Além da Vida vai se revelando gradativamente como um belo conto de párias, vagando como fantasmas por um mundo em que é a própria vida (em sua plenitude) que parece lhes ser interdita.
A culpa, o remorso, o desejo de amar e a necessidade de ser amado, a busca pela auto-compreensão, pela redenção. O “espiritismo” de Clint Eastwood não faz com que essas questões todas sejam resolvidas milagrosamente com a facilitadora ajuda dos mortos (como muito se vende – e se compra – descaradamente por aí). O “além” não oferece solução mágica para nada.
A fala dos espíritos é sempre problematizadora, mesmo quando suas palavras e seu tom são tranquilizadores. Os mortos não fazem mais do que despertar os vivos para um caminho que, bem ou mal, deverão trilhar. Não há “cheats” para esse jogo. Os mortos colocam os vivos no caminho uns dos outros, pois é somente desse encontro que poderão surgir respostas, que poderá surgir a paz, que poderá surgir o amor.
Filme excelente. :)
ResponderExcluirCuriosa pra ver o que você tem a falar sobre Cisne Negro, Doug!
Tá na minha lista, Karen!
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