Muito do que eu poderia dizer sobre este A Onda (“Die Welle”, Alemanha, 2008, dir.: Dennis Gansel) eu já o fiz a propósito daquele A Onda (“The Wave”, EUA, 1981, dir.: Alexander Grasshoff), principalmente no que se refere ao ensinamento anti-barbárie que estes dois filmes podem nos proporcionar. Prefiro não chamar o alemão de refilmagem do americano, mas entender que foi inspirado nos mesmos acontecimentos que lhe deram origem. As diferenças são pontuais, mas essenciais.
Primeiramente, os personagens aqui estão mais delineados e elaborados, os acontecimentos vão sendo mais bem engendrados e se desenrolam com mais naturalidade; em suma, o filme alemão é mais narrativo e menos “de tese”. O que não causa tanta espécie, visto que o original americano tinha apenas 44 minutos de duração (este tem 102). Contudo, o que mais chama a atenção é a não-pequena diferença no desfecho de ambas as histórias. A moral é a mesma, mas o telefilme de 1981 fecha de uma maneira menos... digamos assim, traumática... do que a versão atual.
Fico agora curioso para saber qual dos dois “causos” mais se aproxima do real – que aconteceu na Cubberley High School em Palo Alto, Califórnia, em abril de 1967. O fato é que existe um artigo (“The Third Wave”) escrito pelo próprio professor que conduziu o experimento da “Onda”, chamado Ron Jones – o qual, de acordo com o IMDB, tornou-se autor profícuo indicado até para o Prêmio Pulitzer. Correrei atrás. Trivia: Ron Jones faz uma ponta em Die Welle, como cliente em uma cafeteria.
De qualquer maneira, a transposição da fábula para a Alemanha atual não deve ser vista como justificativa para as idéias que defendem a relação entre o nazismo e as exclusivas condições sócio / histórico / econômico / culturais da Alemanha. No filme, os adolescentes germânicos do século XXI são iguais aos de qualquer país do mundo globalizado. A bem entender as idéias do filósofo Adorno (no livro “Educação e Emancipação”), as condições do surgimento da barbárie são muito mais comuns e sutis do que gostaríamos de admitir. É ficar de olho.
Primeiramente, os personagens aqui estão mais delineados e elaborados, os acontecimentos vão sendo mais bem engendrados e se desenrolam com mais naturalidade; em suma, o filme alemão é mais narrativo e menos “de tese”. O que não causa tanta espécie, visto que o original americano tinha apenas 44 minutos de duração (este tem 102). Contudo, o que mais chama a atenção é a não-pequena diferença no desfecho de ambas as histórias. A moral é a mesma, mas o telefilme de 1981 fecha de uma maneira menos... digamos assim, traumática... do que a versão atual.
Fico agora curioso para saber qual dos dois “causos” mais se aproxima do real – que aconteceu na Cubberley High School em Palo Alto, Califórnia, em abril de 1967. O fato é que existe um artigo (“The Third Wave”) escrito pelo próprio professor que conduziu o experimento da “Onda”, chamado Ron Jones – o qual, de acordo com o IMDB, tornou-se autor profícuo indicado até para o Prêmio Pulitzer. Correrei atrás. Trivia: Ron Jones faz uma ponta em Die Welle, como cliente em uma cafeteria.
De qualquer maneira, a transposição da fábula para a Alemanha atual não deve ser vista como justificativa para as idéias que defendem a relação entre o nazismo e as exclusivas condições sócio / histórico / econômico / culturais da Alemanha. No filme, os adolescentes germânicos do século XXI são iguais aos de qualquer país do mundo globalizado. A bem entender as idéias do filósofo Adorno (no livro “Educação e Emancipação”), as condições do surgimento da barbárie são muito mais comuns e sutis do que gostaríamos de admitir. É ficar de olho.
O mais legal da Onda é o poder que um discurso autocrático pode ter perante a mentes ainda em formação. O filme é excelente, se carrega nos clichês em alguns momentos, mas nunca deixa de ser uma bela aula (literalmente).
ResponderExcluirParabéns pelo blog.
ABS
gostaria de ler sua opinião em alguma postagem futura sobre o filme "o nevoeiro" (the mist), adaptação do livro de stephen king.
ResponderExcluirmuito bom blog!
Valeu, pessoal!
ResponderExcluirEstou para ver "O Nevoeiro" já faz tempo... Vou correr atrás, aí eu escrevo sobre ele, pode deixar!
hmm.. já vi a primeira versão desse filme; isso foi há muiito tempo, numa remota aula de história.. época de ensino médio. gostei muito, lembro de muitas cenas do filme.. e geralmente eu dormia nas aulas. um filme que me mantém acordada às 7 da matina tem seu valor!
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