Eu não gosto de “Pânico na TV”; também não gosto de “CQC”. Não adianta me dizerem o quanto esses programas são inteligentes, o quanto eles são “ousados”. Esta última palavra já se esvaziou de qualquer valor semântico que ainda poderia ter: “ousado” não vai além das frases de efeito das vinhetas de qualquer emissora de TV aberta.
Tenho uma amiga que não gostou de Borat (2006). Achou nele o mesmo tipo de picaretagem que exemplifiquei acima. Talvez eu concorde, mas num grau menor. Para mim, a grande farsa do humor pseudo-satírico é o “Saturday Night Live”. Já o programa de Sacha Baron Cohen e os dois filmes baseados em seus personagens: o já citado “Borat” e agora o Brüno (EUA, 2009, dir.: Larry Charles) possuem ainda alguma reserva de pensamento livre e de novidade.
Enquanto fabulação, Brüno não vai além de Borat, soando neste caso mesmo artificial: o filme não passa como “mockumentary” (o pseudo-documentário paródico). Os grandes clássicos do gênero: Zelig (1983, dir.: Woody Allen) e This is Spinal Tap (1984, dir.: Rob Reiner) são infinitamente superiores como obras cinematográficas. No entanto, a provocação de algumas de suas cenas são constrangedoramente deliciosas.
Tudo o que Cohen faz é sabotar os preconceitos da “América profunda”. As situações mostradas e os diálogos constituem-se verdadeiros atentados terroristas contra as estruturas da ideologia média. Como tais, essas mesmas cenas balançam na ambigüidade das escolhas éticas e do bom gosto (o que nos remete muito a coisas como “Pânico na TV”). Seria isso válido e legítimo como “liberdade de expressão”? Ou tempos desesperados pedem medidas desesperadas? Cada um julgue por si.
Tenho uma amiga que não gostou de Borat (2006). Achou nele o mesmo tipo de picaretagem que exemplifiquei acima. Talvez eu concorde, mas num grau menor. Para mim, a grande farsa do humor pseudo-satírico é o “Saturday Night Live”. Já o programa de Sacha Baron Cohen e os dois filmes baseados em seus personagens: o já citado “Borat” e agora o Brüno (EUA, 2009, dir.: Larry Charles) possuem ainda alguma reserva de pensamento livre e de novidade.
Enquanto fabulação, Brüno não vai além de Borat, soando neste caso mesmo artificial: o filme não passa como “mockumentary” (o pseudo-documentário paródico). Os grandes clássicos do gênero: Zelig (1983, dir.: Woody Allen) e This is Spinal Tap (1984, dir.: Rob Reiner) são infinitamente superiores como obras cinematográficas. No entanto, a provocação de algumas de suas cenas são constrangedoramente deliciosas.
Tudo o que Cohen faz é sabotar os preconceitos da “América profunda”. As situações mostradas e os diálogos constituem-se verdadeiros atentados terroristas contra as estruturas da ideologia média. Como tais, essas mesmas cenas balançam na ambigüidade das escolhas éticas e do bom gosto (o que nos remete muito a coisas como “Pânico na TV”). Seria isso válido e legítimo como “liberdade de expressão”? Ou tempos desesperados pedem medidas desesperadas? Cada um julgue por si.
"Pânico na TV" não tem NADA de ousadia. É pura picaretagem mesmo. Ao menos das poucas vezes que vi cenas. Já o "CQC" ocasionalmente traz esquetes muito divertidas, e alguns apresentadores fazem valer a conferida.
ResponderExcluirMas, voltando à "Brüno", acho que ele perdeu um pouco a ácidez e o brilhantismo de "Borat", que tinha lá seus defeitos mas era uma ótima comédia (e bom cinema, claro). "Brüno" é engraçadíssimo, e traz muitas cenas espertas. Mas sua virtuosidade vem de Cohen, perfeito no "papel". O filme perde pelos exageros.
Fico imaginando qual vai ser a próxima empreitada do Cohen: será aquele rapper que divide o espaço do programa da TV com o Bruno e o Borat?
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